sábado, 3 de janeiro de 2009



04 de janeiro de 2009
N° 15838 - MARTHA MEDEIROS


“Queridos Amigos”

Nesses dias de festa, me dediquei ao ócio caseiro, não coloquei o nariz pra fora. Em vez de badalações, preferi recompor as energias no sofá da minha sala, curtindo o melhor presente que recebi no Natal: o DVD da minissérie Queridos Amigos, que foi ao ar em 2008 e que eu não havia assistido.

Pra quem não lembra, a minissérie foi baseada no romance Aos Meus Amigos, da divina Maria Adelaide Amaral. A história gira em torno de um homem que descobre ter uma grave doença e que em função disso resolve reunir a turma de amigos da juventude, à qual ele chama de “família”. A partir desse encontro, cada um deles reavaliará sua própria vida.

Não sei se porque assisti agora, no final do ano, com a emoção à flor da pele, mas essa minissérie testou minha resistência cardiológica. Foi uma overdose de sentimentos intensos. Pra começar, sou uma pessoa que realmente considera os amigos uma outra espécie de família.

Nada comove tanto quanto abraçar uma pessoa que compartilhou com você os melhores e piores momentos da sua vida, que percebe seu estado de ânimo só de te olhar. Tenho apenas um irmão biológico, mas vários outros irmãos e irmãs que me conhecem melhor do que eu mesma e que fortalecem minha identidade – sem eles, eu não sou eu.

Não bastasse, a minissérie tem um elenco de soltar fogos de artifício. Dan Stulbach, Débora Bloch, Denise Fraga, Matheus Nachtergaele, Bruno Garcia, Maria Luisa Mendonça, Drica Moraes, Guilherme Weber, Malu Galli, Juca de Oliveira, Fernanda Montenegro (e outras feras de igual calibre), mostrando o quanto se pode emocionar através de uma interpretação sem pieguice. Mágicos, todos.

E eu nem falei da trilha sonora. Uma viagem no tempo. Impossível citar o playlist inteiro, cada música é mais significativa do que a outra, nada está ali à toa, nada é apenas “pano de fundo”, são personagens da história.

Mas o mais valioso é que o DVD me chegou às mãos através da minha mãe, e isso não é uma trivialidade. Ela assistiu à minissérie quando foi ao ar e sabia que estava diante de algo qualificado. Vivia me dizendo: Martha, não perde, tu vais adorar – mas eu perdi. Portanto, não é apenas o desenrolar da história que me deixou assim comovida.

É o fato de eu ter perto de mim uma pessoa que sabe o valor de se passar adiante uma emoção, que me conhece bem o suficiente para ter certeza de que vou ficar tocada, que me dá de presente não apenas uma caixa com quatro CDS, mas algumas horas de pura sensibilidade, nada de melodrama barato. Ofertou reflexão, abalo e divertimento de alto nível.

Já escrevi uma crônica sobre isso anos atrás: o melhor presente que podemos oferecer a alguém é um acréscimo de vida. Podemos fazer isso dando uma dica de livro, de disco, de um lugar para conhecer, de um programa de tevê que fuja da mesmice, e assim tornar a vida do outro mais rica através da abertura de idéias e de um êxtase novo.

Minha mãe me ensinou a importância da arte e do livre pensar, me transmitiu o gene da alegria e do prazer, e apesar de todas as incomodações inerentes ao papel dela (mãe é mãe), acabou se tornando uma das minhas melhores e queridas amigas.

N esses dias de festa, me dediquei ao ócio caseiro, não coloquei o nariz pra fora. Em vez de badalações, preferi recompor as energias no sofá da minha sala, curtindo o melhor presente que recebi no Natal: o DVD da minissérie Queridos Amigos, que foi ao ar em 2008 e que eu não havia assistido.

Pra quem não lembra, a minissérie foi baseada no romance Aos Meus Amigos, da divina Maria Adelaide Amaral. A história gira em torno de um homem que descobre ter uma grave doença e que em função disso resolve reunir a turma de amigos da juventude, à qual ele chama de “família”. A partir desse encontro, cada um deles reavaliará sua própria vida.

Não sei se porque assisti agora, no final do ano, com a emoção à flor da pele, mas essa minissérie testou minha resistência cardiológica. Foi uma overdose de sentimentos intensos. Pra começar, sou uma pessoa que realmente considera os amigos uma outra espécie de família.

Nada comove tanto quanto abraçar uma pessoa que compartilhou com você os melhores e piores momentos da sua vida, que percebe seu estado de ânimo só de te olhar. Tenho apenas um irmão biológico, mas vários outros irmãos e irmãs que me conhecem melhor do que eu mesma e que fortalecem minha identidade – sem eles, eu não sou eu.

Não bastasse, a minissérie tem um elenco de soltar fogos de artifício. Dan Stulbach, Débora Bloch, Denise Fraga, Matheus Nachtergaele, Bruno Garcia, Maria Luisa Mendonça, Drica Moraes, Guilherme Weber, Malu Galli, Juca de Oliveira, Fernanda Montenegro (e outras feras de igual calibre), mostrando o quanto se pode emocionar através de uma interpretação sem pieguice. Mágicos, todos.

E eu nem falei da trilha sonora. Uma viagem no tempo. Impossível citar o playlist inteiro, cada música é mais significativa do que a outra, nada está ali à toa, nada é apenas “pano de fundo”, são personagens da história.

Mas o mais valioso é que o DVD me chegou às mãos através da minha mãe, e isso não é uma trivialidade. Ela assistiu à minissérie quando foi ao ar e sabia que estava diante de algo qualificado. Vivia me dizendo: Martha, não perde, tu vais adorar – mas eu perdi. Portanto, não é apenas o desenrolar da história que me deixou assim comovida.

É o fato de eu ter perto de mim uma pessoa que sabe o valor de se passar adiante uma emoção, que me conhece bem o suficiente para ter certeza de que vou ficar tocada, que me dá de presente não apenas uma caixa com quatro CDS, mas algumas horas de pura sensibilidade, nada de melodrama barato. Ofertou reflexão, abalo e divertimento de alto nível.

Já escrevi uma crônica sobre isso anos atrás: o melhor presente que podemos oferecer a alguém é um acréscimo de vida. Podemos fazer isso dando uma dica de livro, de disco, de um lugar para conhecer, de um programa de tevê que fuja da mesmice, e assim tornar a vida do outro mais rica através da abertura de idéias e de um êxtase novo.

Minha mãe me ensinou a importância da arte e do livre pensar, me transmitiu o gene da alegria e do prazer, e apesar de todas as incomodações inerentes ao papel dela (mãe é mãe), acabou se tornando uma das minhas melhores e queridas amigas.

Nenhum comentário: