sábado, 20 de abril de 2024


20 DE ABRIL DE 2024
DEMOGRAFIA E DINHEIRO

Com R$ 2.255 por mês, RS tem a quarta maior renda no Brasil

No Estado, 70,3% da população contou com algum tipo de ganho no ano passado. No Brasil, a média ficou em 64,9%

O Rio Grande do Sul teve a quarta maior renda domiciliar per capita mensal do país, em 2023. O valor de R$ 2.255, verificado no ano passado, supera em R$ 407 a média nacional, que ficou em R$ 1.848. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em termos percentuais, o avanço da renda domiciliar per capita no Estado foi mais contido no período, de 6,3% ante a alta de 11,46% no Brasil. Esse aumento mais contido no RS determinou a perda da terceira colocação no ranking para o Rio de Janeiro, onde a média dos ganhos mensais subiu 14,7% - de R$ 2.009 para R$ 2.305.

Por outro lado, o RS atingiu 70,3% da população com algum tipo de renda. É a primeira vez desde 2012 que esse percentual é alcançado no Estado. São mais de 7 milhões de gaúchos com rendimentos mensais, a proporção mais alta entre as unidades da federação. A mais baixa fica no Acre, onde somente 51,5% dos moradores, pouco mais da metade, contam com rendimentos. No país, a média é de 64,9%.

Um dos fatores que justificam o desempenho é o aspecto etário da população. Como há número maior de adultos no Estado, existe um percentual mais elevado de pessoas no mercado de trabalho, explica o pesquisador do IBGE e coordenador da pesquisa no Rio Grande do Sul, Walter Rodrigues. Além disso, a quantidade de pessoas com idade de aposentadoria influencia os dados do RS, diz.

Esse panorama também garante aos gaúchos o quarto maior rendimento médio mensal real de todas as fontes, com R$ 3.208, atrás de Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, mas bastante acima dos R$ 2.846 apurados no país. Diferentemente da renda domiciliar, esse indicador considera os ganhos de cada pessoa e não a média dos moradores da mesma residência.

- Como por aqui não existe uma quantidade tão elevada de pessoas que recebem os benefícios sociais, o alto rendimento médio de todas as fontes faz com que o Estado suba em razão dos rendimentos vinculados às aposentadorias. Ou seja, temos um percentual elevado de pessoas idosas e que se aposentaram com rendimentos um pouco mais elevados - comenta Rodrigues.

Trabalho

De acordo com a pesquisa, no país, são cerca de 140 milhões de pessoas que tinham algum tipo de rendimento. Na passagem entre 2022 e 2023, os dados apontam para um aumento da parcela dos brasileiros com rendimentos provenientes do trabalho.

Segundo o coordenador do Data Social da PUCRS, André Salata, trata-se de uma tendência verificada desde 2021, após a queda de 2020, por fatores ligados à pandemia de coronavírus.

- Em geral, há um aumento da renda com a manutenção da desigualdade. Isso porque o que compensa a renda do trabalho são os programas sociais na base da pirâmide. Mesmo as faixas que estão no meio da pirâmide tiveram 10% de aumento. Os de baixo, um pouco mais, e são os mais afetados pela renda do Bolsa Família - afirma.

RAFAEL VIGNA

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