sábado, 12 de junho de 2010



Sandy: "Acho errado as pessoas rotularem"

A cantora diz que continua a preservar sua vida pessoal e que ninguém pode julgá-la como “filha, esposa, amiga ou irmã”
REDAÇÃO ÉPOCA

Sandy acaba de lançar seu primeiro CD solo, Manuscrito. Com 13 canções de sua autoria, o disco vendeu 40 mil cópias em dez dias. O álbum foi produzido pelo irmão, Junior, e pelo marido, o músico Lucas Lima.

A cantora de 27 anos falou sobre a carreira e a vida pessoal respondendo a perguntas de leitores de ÉPOCA. Sandy diz que fica irritada com os boatos que surgem na mídia. “Minha conduta como filha, esposa, amiga, irmã pouca gente sabe como é. Ninguém pode julgar ou ‘achar’ qualquer coisa”, diz. Ela afirma que encontrou no Twitter a ferramenta para se comunicar de forma direta com seu público.
ENTREVISTA - SANDY

Marisa Cauduro



QUEM É
Sandy Leah Lima nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 28 de janeiro de 1983

O QUE FEZ
Acaba de lançar seu primeiro CD solo, Manuscrito, após uma parceria de quase duas décadas com o irmão, Junior Lima

CARREIRA
Vendeu 17 milhões de discos. Já se apresentou com astros como Caetano Veloso, Roberto Carlos, Andrea Boccelli e Laura Pausini

Como artista solo, você tenta desvincular sua imagem do universo pop teen e se encaixar no universo cult, fazendo referências a Clarice Lispector, dizendo que é melancólica. O que pretende com a nova imagem?
Péricles Costa Stuhr, Porto Alegre, RS

Sandy – Quando falo em melancolia e deixo clara minha admiração por Clarice Lispector e outros autores, meu objetivo é dar um panorama de quais são minhas referências na literatura, o que me inspira artisticamente. Meu trabalho em carreira solo é resultado daquilo que vivo e já vivi e, consequentemente, das coisas que gosto de ler, de ouvir etc. Minha imagem é apenas um reflexo disso.

Não tenho a pretensão de escolher e/ou direcionar meu público. É o público quem nos escolhe. Minha intenção é continuar fazendo música, minha grande realização, e levar algo de positivo às pessoas.

Você teme que os fãs rejeitem esse projeto, já que pode ficar subentendido que o trabalho é voltado para outro público?
José Riglênio Guimarães, Aracaju, SE

Sandy – Vivi algo parecido na dupla com meu irmão. Como tivemos quase duas décadas de carreira, nosso público modificou-se. Alguns fãs se foram, outros chegaram. É um ciclo natural. Sei que isso acontecerá na fase solo. Fico feliz porque vejo alguns fãs “antigos” dando muito apoio; da mesma forma que também tenho notado gente nova se identificando.

No novo CD, todas as músicas foram compostas por você e soam bastante intimistas. Como lida com a exposição de seus sentimentos nas canções?
Elizandra Magalhães, Rio de Janeiro, RJ

Sandy – Este é o projeto em que mais me permiti exprimir meus sentimentos. As composições de Manuscrito não são necessariamente autobiográficas, mas falam muito de mim.

No projeto há muitas coisas implícitas, subentendidas, mas que revelam até um limite que controlo. Continuo, sim, reservada no quesito vida pessoal. Mas aprendi a lidar muito melhor com tudo isso ao longo dos anos.

Se sua carreira solo e a do Junior não forem tão bem como esperam, já pensaram em voltar a cantar juntos?
Regiane Cortes, Muritis, MG

Sandy – Quando optamos por encerrar o projeto juntos, nem sabia o que seria da minha vida profissional. Passaram-se dois anos e meio até eu retornar com este projeto solo. Acabei de voltar e nem parei para pensar nisso. Mas posso adiantar que um “hipotético retorno da dupla” teria de estar atrelado a uma vontade nossa, e não por algo não ter “dado certo”.

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Artistas que seguiram solo, como Paula Toller, Toni Garrido e Ivete Sangalo, continuam cantando músicas de suas “ex-bandas”. O receio de incluir músicas antigas nos shows é por não querer misturar as coisas ou insegurança de estar sem seu irmão?
Kelly Silva, Nova Iguaçu, RJ

Sandy – Ainda estou formatando meu show. Não defini o que vai entrar no repertório, além das 13 faixas do CD. Não excluo a possibilidade de cantar algumas músicas da fase mais recente da dupla. Músicas como “Abri os olhos” e “Estranho jeito de amar” combinam com a fase atual. E não considero “receio”. Só quero estar com um set list coerente e condizente com o projeto novo.

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