sábado, 8 de maio de 2010



8 de maio de 2010 | N° 16329
NILSON SOUZA


Dia dos filhos

Num distante dia – um dia que durou meses –, ela te carregou num lugar muito próximo do seu coração e usou o próprio corpo para te alimentar e para te proteger dos riscos do mundo.

Num outro dia – um dia encantado chamado infância –, ela te carregou no colo, te cobriu de beijos, te colocou para dormir e te aqueceu no calor de sua inesgotável ternura.

Num inesquecível dia – um dia colorido de aventura –, ela te deu a mão, te ensinou a andar com tuas próprias pernas, preparou a mochila da tua adolescência e escondeu as lágrimas de preocupação enquanto te afastavas de casa pela primeira vez.

Num enigmático dia – um dia de sol e sombras –, ela te deu um longo abraço de despedida e ficou observando, apreensiva, enquanto partias acompanhado de todas as certezas da juventude em busca de outros afetos e do teu próprio destino.

Num interminável dia – um dia feito de esperas eternas –, ela preparou a tua sobremesa preferida, arrumou a mesa da sala e rezou em silêncio para a Nossa Senhora dos Filhos Distraídos, pedindo, primeiro, que a santa te proteja de todos os perigos e, só então, que te ajude a lembrar que amanhã é um dia muito especial.

É o dia das mulheres que amam demais, sem esperar qualquer retorno para este amor incondicional, inegociável, infinito.

É o dia das mulheres que renunciam à própria vida para cuidar das vidas que geraram.

É, também, o dia das mulheres que cuidam das vidas que não geraram, porque faz parte da sua natureza abrigar, proteger, orientar, educar.

É, ainda, o dia das mulheres que cuidam de suas próprias vidas, repassando à humanidade seus exemplos de coragem, autonomia e determinação.

É, portanto, o dia de todas as mulheres, porque elas carregam no recôndito de suas almas o mais sublime dos sentimentos humanos, que é o amor maternal.

Mas é, acima de tudo, o dia dos filhos – porque devemos nossa existência a elas.

Nenhum comentário: