sábado, 12 de abril de 2008



O quebra-cabeça se fecha

Libertados na sexta-feira, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni devem ser indiciados pela morte de Isabella. As últimas descobertas sobre o caso - algumas, ruins para o casal - deixaram a polícia mais próxima da solução

SOLANGE AZEVEDO E JULIANO MACHADO

EM LIBERDADE
A madrasta de Isabella, Anna Carolina (foto acima), e o pai, Alexandre, ao serem soltos.
Os dois colaboraram com a polícia

Na manhã da sexta-feira passada, o desembargador Caio Canguçu de Almeida decidiu soltar Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni. Presos desde o dia 3, são suspeitos do assassinato de Isabella, de 5 anos, enteada de Anna e filha de Alexandre, jogada do 6º andar de um edifício em São Paulo. A libertação do casal era esperada.

Segundo a decisão do desembargador, nenhum dos dois deu, “ao menos até aqui, prova alguma de deliberado propósito de comprometer, dificultar ou impedir a apuração dos fatos”. Isso não significa, porém, que a situação deles tenha melhorado ao fim da segunda semana de investigações.

Os indícios colhidos por meio de recursos científicos (leia o quadro abaixo) e depoimentos de testemunhas levavam a polícia a considerar inevitável o indiciamento dos dois como únicos acusados pelo crime.

É possível que eles acompanhem o processo em liberdade, pois têm bons antecedentes e têm colaborado com a Justiça. “Eles dizem categoricamente ser inocentes”, afirma Marco Polo Levorin, advogado do casal. O promotor Francisco Taddei Cembranelli disse haver “vinculação” entre “o casal” e “os ferimentos de Isabella”.

As últimas revelações sobre o caso reforçaram o foco no papel da madrasta, Anna Carolina, na noite do crime. Uma blusa preta da marca Young Connection e um par de sapatilhas Adidas azul que estavam com ela na delegacia foram levados para perícia.

A polícia quer saber se eram as roupas que a madrasta usava na noite da morte de Isabella e verificar se foram essas sapatilhas, com solado de borracha, as que deixaram uma pegada na cama do quarto de onde a menina foi jogada.

Aparentemente, Anna Carolina trocou de blusa na noite do assassinato. Imagens do circuito interno de um supermercado em Guarulhos, onde ela esteve com Alexandre, Isabella e os filhos cinco horas antes do crime, mostram-na de blusa preta, a mesma com que teria chegado ao prédio.

Depois do crime, Anna usava uma blusa verde-água. Nas roupas dele haveria manchas “semelhantes a sangue”, segundo os peritos. Só exames suplementares poderão determinar se é mesmo sangue, e de quem.

Nenhum comentário: