quarta-feira, 25 de abril de 2018




25 DE ABRIL DE 2018
ARTIGO

O INVESTIMENTO AMOROSO


"O amor que damos é o único que preservamos." (E. Hubbard). Quando falamos de investimento e produtividade em termos concretos, fica fácil entender: dinheiro produzido colocando a serviço da sociedade nossa força de trabalho, tempo e comprometimento.

Investimos no que pensamos ser o mais importante, e cada um sabe de si. Cada atividade tem sua finalidade e sua remuneração, sendo que nossa sociedade não é exatamente exemplo de justiça.

Mas existe um investimento que é mais sofisticado e difícil de ser mensurado, embora imprescindível em uma sociedade digna, o amoroso. Se formos buscar significados para "amor", encontraremos: afeição viva; sentimento que faz com que uma pessoa queira estar com outra, protegendo, cuidando e conservando sua companhia; gosto vivo por alguma coisa; zelo e dedicação.

Para que se produza uma sociedade zelosa, amorosa, aquela na qual gostaríamos de viver, é necessário que se invista nela, nas crianças, nos bebês. E investir em bebês é, primeiro, investir em quem cuida deles, mas principalmente valorizar aquela pessoa que geralmente tem o maior e mais íntimo contato com o bebê, sua mãe.

Importantes psicanalistas propõem que é a mãe (ou a pessoa investida da função materna), quando suficientemente dedicada ao bebê, quem consegue fundar os alicerces de sua saúde mental. O afeto, o zelo, o cuidado, o amor, enfim, que ela consegue investir no filho é que vai fazer com que este bebê consiga constituir-se como uma pessoa psiquicamente saudável, inteira e também amorosa. Este cuidado funda no bebê um sentimento de inteireza psíquica, de ser alguém, ser único e especial. Autoestima e autoconfiança vêm com o tempo.

O estado de extrema vulnerabilidade do bebê desperta na mãe, por empatia, um modo de funcionar em que ela procura preservá-lo do mundo até que sinta que ele pode, pouco a pouco, dar conta da realidade. Dizemos que a mãe filtra e apresenta o mundo em pedacinhos que o bebê consegue aproveitar.

E o pai, parceiro cuidador, quando capaz de dar suporte à mãe, torna este ambiente mais favorável ainda.

Cuidado, este é o investimento sofisticado e imensurável que produz aquilo que uma sociedade precisa realmente produzir, a verdadeira riqueza: gente. O resto é consequência.

Psicóloga hpaulsenlarissa@gmail.com - LARISSA HILLESHEIM PAULSEN

Nenhum comentário: