terça-feira, 3 de maio de 2011



03 de maio de 2011 | N° 16689
CLÁUDIO MORENO


Homens e mulheres (8)

As breves cenas que compõem esta série foram escolhidas porque ajudam, de algum modo, a esclarecer o que as mulheres representam para os homens, ou melhor, o o que os homens vêm escrevendo sobre elas, ao longo de todos esses séculos, antes que elas conquistassem definitivamente, como o fizeram, o direito de expressar a sua própria maneira de entender a História.

18. O segredo do sucesso – De acordo com um antigo pensador árabe, citado por Lane (um dos tradutores das 1001 Noites para o inglês), é aconselhável, antes de iniciar qualquer empreendimento importante, que o homem peça o conselho de 10 de seus amigos mais inteligentes; se ele não tiver mais de cinco, que consulte duas vezes cada um deles; e se tiver apenas um amigo inteligente, que o consulte então 10 vezes.

Agora, se não tiver amigo algum a quem possa recorrer, volte para casa, chame sua mulher e peça sua opinião. Se fizer exatamente o contrário do que ela disser, o sucesso estará garantido.

19. De pai para filha – Se uma bela dama me perguntasse se eu admito que uma mulher também possa chegar a ser um grande general, eu responderia: “Sem dúvida, madame. Se a senhora comandasse um exército, o inimigo se jogaria a seus pés, como eu próprio o faço agora; ninguém ousaria disparar um só tiro que fosse, e a senhora entraria na capital inimiga ao som de violinos e pandeiros”.

E se ela indagasse, na minha opinião, o que a impede de saber tanta Astronomia quanto Newton, eu responderia, com toda a sinceridade: “Nada, mas nada mesmo, divina criatura. Basta que a senhora vá ao telescópio, e os astros, honrados de atrair a curiosidade de olhos tão belos, vão fazer questão de lhe revelar todos seus segredos”. [Carta do terrível Joseph de Maistre (1753 – 1821), tranquilizando a filha, que o havia acusado de fazer pouco das mulheres].

20. Close your eyes and think of England! – Em todas as telas de TV, as cenas que tornaram William e Kate os noivos mais populares do planeta não deixam margem para dúvida: são dois jovens modernos, filhos de uma cultura em que as relações de um casal só vão se sustentar se forem baseadas na intimidade e respeito mútuo entre o homem e a mulher.

No século 19, contudo, durante o longo reinado da Rainha Vitória, a esposa era pouco mais que uma coadjuvante do marido; o que ela pensava sobre o sexo e o que ela sentia na cama não tinham muito peso diante da importância da solene instituição do casamento.

Contam – pode ser apenas mais uma lenda urbana, vá lá, mas, como tal, sempre reveladora – que a própria Rainha (ou teria sido uma das damas de sua corte?), ao relatar sua experiência da noite de núpcias à filha que ia casar, resumiu tudo neste triste conselho:”Feche os olhos e pense na Inglaterra!”.

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