terça-feira, 2 de março de 2021


02 DE MARÇO DE 2021
INFORME ESPECIAL

Entidade alerta para preconceito contra idosos

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do RS está questionando os critérios divulgados em algumas entrevistas para definir a prioridade no tratamento da covid-19 no Estado. A entidade não aceita que a idade cronológica prepondere para definir a prioridade de suporte, sob o argumento de que nem sempre as pessoas mais jovens têm maiores chances de sobrevivência.

Em nota assinada por João Senger e Gustavo Pereira, presidente e integrante da associação, essa prática é classificada como ageísmo (discriminação contra pessoas pela idade). Para eles, "esse pensamento reflete falta de empatia e respeito à pessoa idosa". Além disso, temem que o medo de serem barrados leve muitos idosos a deixarem de buscar atendimento e suporte de saúde em casos mais delicados.

O texto da entidade ressalta também que diversos estudos científicos demonstram que a capacidade funcional prévia à internação é um marcador significativo para definir chance de sobrevivência.

Assim, idosos saudáveis e com boa funcionalidade podem ter inclusive melhor prognóstico do que pacientes mais jovens. "A idade cronológica não representa fator isolado sobre escolha de prioridade, conceito já bem estabelecido na literatura científica e entre profissionais envolvidos nesse difícil processo no cenário hospitalar", afirma a nota enviada ao Informe Especial.

Bolsonaro abre brecha para Leite encher o RS de dinheiro 

Bem que Eduardo Leite poderia aceitar a provocação de Jair Bolsonaro. Em mais um dos seus arroubos de truculência negacionista, o presidente declarou que os Estados que restringirem a circulação de pessoas deveriam pagar pelo auxílio emergencial.

O governador gaúcho deveria usar a sua projeção nacional para dizer que concorda e acha justo, desde que a lógica se aplique para ambos os lados. Nesse caso, o governo federal, que debocha da pandemia, incentiva aglomerações, rejeita o uso máscaras e defende tratamentos sem comprovação científica deveria pagar por todos os prejuízos decorrentes disso, tanto na esfera pública quanto na privada. Bem como indenizar as famílias que perderam parentes por acreditarem que a covid-19 era uma gripezinha, que iria passar logo, que máscara não funciona e que a vacina transforma as pessoas em répteis.

Seria uma conta altamente lucrativa para o Rio Grande do Sul e para todos os Estados. Mas não vai se realizar, embora faça todo o sentido. O governo federal quebraria de vez.

TULIO MILMAN

Nenhum comentário: